Presidente Prudente tem registrado, nos últimos dias, aumento no número de ocorrências relacionadas a incêndios em áreas de vegetação e terrenos baldios.. O episódio mais recente aconteceu na noite desta terça-feira (15), em uma área situada entre os bairros João Domingos e Cremonese. Equipes do Corpo de Bombeiros foram prontamente acionadas, controlando as chamas e realizando os procedimentos de segurança no local.
O aumento desses focos de incêndio coincide com o avanço do período de estiagem, que se estende, historicamente, do final de maio ao início de setembro — fase considerada crítica em razão da baixa umidade relativa do ar, do tempo seco e da intensificação dos ventos, fatores que favorecem a propagação rápida do fogo.
“O cenário se torna especialmente preocupante nesse período, pois as condições climáticas elevam consideravelmente o risco de ignição e dificultam o controle dos focos. As ocorrências se concentram, em grande parte, em áreas de vegetação às margens de rodovias, em propriedades rurais e em terrenos baldios, muitas vezes utilizados de forma irregular para descarte de lixo ou armazenamento de materiais recicláveis”, detalha o 1º-tenente Eduardo Fernando Castanho, do Corpo de Bombeiros.
Atuação técnica e registro de ocorrências
Segundo o oficial, o atendimento aos incêndios em vegetação segue um protocolo técnico rigoroso: os bombeiros atuam diretamente no combate às chamas, garantem a eliminação de possíveis riscos residuais e realizam o registro completo dos dados por meio de um sistema informatizado, que pode subsidiar investigações futuras. Quando há indícios de que o incêndio tenha origem criminosa, os procedimentos de apuração passam à esfera da Polícia Civil, com apoio da Polícia Técnico-Científica para a realização de perícia no local.
Ações preventivas e conscientização
Além da atuação emergencial, o Corpo de Bombeiros de Presidente Prudente desenvolve ações de caráter preventivo, buscando reduzir a incidência de novos focos. Entre as principais iniciativas estão as Oficinas Preparatórias para Operação Estiagem (OPOEs), promovidas anualmente em parceria com as administrações municipais. Nessas oficinas, brigadistas, servidores da Defesa Civil e demais agentes públicos recebem treinamento especializado para enfrentamento de incêndios em vegetação.
“O trabalho preventivo é essencial e contempla também palestras, campanhas educativas e diálogo constante com sindicatos rurais. Nesses encontros, reforçamos a importância da criação e manutenção de aceiros nas propriedades, medida simples, mas fundamental para o controle e contenção de possíveis focos de incêndio”, pontua o 1º-tenente.
Responsabilidade compartilhada
O oficial também ressalta a responsabilidade dos municípios na fiscalização de áreas públicas e privadas, especialmente aquelas sujeitas a acúmulo de resíduos ou com vegetação seca. “É imprescindível que o poder público municipal atue na identificação de áreas em situação de risco e notifique os proprietários que descumprirem a legislação vigente. A manutenção desses terrenos é obrigatória e o descuido pode acarretar penalidades administrativas”, alerta.
Por fim, Eduardo Castanho faz um apelo direto à população sobre a necessidade de engajamento e vigilância comunitária. “Grande parte dos incêndios é provocada por ação humana, muitas vezes por negligência. A população deve evitar o descarte irregular de lixo, a queima para limpeza de terrenos, o uso de fogo em práticas agrícolas durante o período crítico e o descarte irresponsável de bitucas de cigarro ou outras fontes de calor. A prevenção depende da conduta de cada cidadão.”