Durante a pandemia, o então presidente Jair Bolsonaro anunciou uma negociação com a Rússia para a compra de óleo diesel, com o objetivo de apoiar a logística brasileira, incluindo transporte e caminhoneiros. Na época, a mídia tradicional — Globo, Estadão e Folha — fez grande estardalhaço com a notícia. Isso enquanto a Rússia já iniciava seus ataques contra a Ucrânia, o que gerou duras críticas nas redes sociais contra Bolsonaro, tanto por parte da esquerda quanto de setores que se diziam “isentões”.
Agora, curiosamente, o presidente Lula também está comprando diesel da Rússia — com a guerra ainda em curso e sem o contexto emergencial de uma pandemia. E, diferente do que aconteceu antes, dessa vez a grande mídia se mantém em silêncio. Pouco se fala sobre o fato de que os Estados Unidos abriram uma investigação comercial contra o Brasil, suspeitando, entre outras coisas, que o preço pago pelo diesel russo possa estar acima do valor de mercado.
Ou seja, em vez de ajudar a paz, essa transação pode estar contribuindo, indiretamente, para o financiamento da guerra da Rússia contra a Ucrânia — a mesma que muitos condenaram abertamente nas redes sociais.
A seletividade na cobertura de temas tão relevantes revela não só a parcialidade de parte da imprensa, mas também como a opinião pública pode ser facilmente manipulada. Quando é o adversário político, tudo vira escândalo. Quando é o aliado, o silêncio impera.
É importante que os cidadãos fiquem atentos e não se deixem levar por narrativas seletivas. Informação, quando filtrada por interesses, deixa de ser serviço e passa a ser manipulação.