Presidente Prudente se prepara para celebrar, nesta quarta-feira (9), o feriado estadual de 9 de julho, com uma solenidade cívico-militar que marcará os 93 anos da Revolução Constitucionalista de 1932. O evento será realizado a partir das 9h, na Avenida Coronel José Soares Marcondes, em frente à Praça 9 de Julho, ponto tradicional de homenagens aos combatentes paulistas.
A programação é organizada pela Comissão Prudentina para a Preservação da Memória da Revolução Constitucionalista, em parceria com a Polícia Militar e órgãos públicos. Durante a cerimônia, diversas autoridades locais serão homenageadas por suas contribuições à preservação da história da Revolução.
Entre os condecorados está o prefeito Milton Carlos de Mello – Tupã, que receberá a Medalha Coronel Miguel Brizola de Oliveira, em reconhecimento ao seu trabalho exemplar em apoio à solenidade e à memória da luta de 1932. O convite foi feito oficialmente na última quinta-feira (3), durante reunião com membros da Comissão no gabinete do Paço Municipal “Florivaldo Leal”.
“É uma honra receber essa homenagem numa data tão simbólica para os paulistas. A Revolução de 1932 representa coragem, civismo e defesa da legalidade, valores que precisamos manter vivos”, afirmou o prefeito Tupã.
Também será homenageado o presidente da Câmara Municipal, vereador William Leite, que receberá a Medalha Bravos Prudentinos, honraria destinada a personalidades com atuação relevante na preservação da memória histórica do movimento constitucionalista.
O secretário de Desenvolvimento Econômico e vereador licenciado, Tiago Oliveira, será agraciado com a Medalha Cruz de Camargo, em reconhecimento ao seu trabalho em ações de valorização da história paulista. Outras personalidades prudentinas também serão homenageadas na cerimônia (veja a lista completa abaixo).
Lista de homenageados:
Medalha Coronel Miguel Brizola de Oliveira:
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Milton Carlos de Mello – Tupã (prefeito)
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Dr. Talmir Rodrigues (ex-deputado federal)
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Dr. Domingos Leonardo Cerávolo (in memoriam)
Medalha Cruz de Camargo:
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Tiago Oliveira (secretário municipal)
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Coronel Adriana Belluzzo (comandante do CPI-8)
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Maycon Morano (jornalista)
Medalha Bravos Prudentinos:
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William Leite (presidente da Câmara)
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Cabo Fonseca (18º BPM/I)
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Lucas Disaró
A solenidade contará com apresentações da Polícia Militar, hasteamento de bandeiras e momento de silêncio em memória dos mais de 600 combatentes mortos na Revolução, número estimado pelas fontes oficiais da época.
História viva no coração da cidade
A Revolução Constitucionalista foi um levante armado organizado por São Paulo contra o governo provisório de Getúlio Vargas, que havia assumido o poder em 1930, após um golpe de Estado que pôs fim à chamada política do “Café com Leite”.
O movimento surgiu em resposta à ausência de uma Constituição e ao autoritarismo do novo governo federal. A insatisfação aumentou com a nomeação de interventores não paulistas para governar o estado, como o caso do militar João Alberto Lins de Barros, o que gerou protestos e manifestações.
Em uma dessas manifestações, ocorrida em 23 de maio de 1932, quatro jovens foram mortos: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, cujas iniciais formaram a sigla MMDC, símbolo da resistência paulista. O episódio acirrou os ânimos e impulsionou a mobilização civil e militar por uma nova Constituição.
Apesar do apoio popular e da mobilização armada, a revolução foi derrotada militarmente após três meses de combates. Estima-se que mais de 600 combatentes constitucionalistas tenham morrido nos confrontos. Contudo, o movimento teve um legado significativo: pressionou o governo Vargas a convocar uma Assembleia Constituinte e promulgar uma nova Constituição em 1934.
A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um levante armado organizado pelo estado de São Paulo contra o governo provisório de Getúlio Vargas. O movimento exigia a convocação de uma Assembleia Constituinte e a restauração da ordem democrática no país. Embora derrotados militarmente, os paulistas conseguiram pressionar o governo, que promulgou uma nova Constituição em 1934.
Em Presidente Prudente, a Praça 9 de Julho abriga o Obelisco do Soldado Constitucionalista, um marco simbólico do movimento, onde a solenidade acontece todos os anos.
O que abre e fecha no feriado
Por se tratar de feriado civil estadual, os serviços públicos e parte do setor privado não funcionarão em 9 de julho:
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Prefeitura e demais órgãos públicos: fechados
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Bancos: não funcionam
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Comércio: funcionamento facultativo
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Transporte público: horário reduzido
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Unidades de urgência e emergência de saúde: funcionamento normal
A legislação trabalhista garante que empregados convocados para trabalhar neste dia recebam remuneração em dobro ou folga compensatória, conforme a Lei do Repouso Semanal Remunerado (Lei nº 605/1949).